sábado, 26 de dezembro de 2009

A Previsão de Um Tempo



|Uma vez|
|Soube o que me diriam antes de dizer|
|Soube do olhar antes de acontecer|
|Soube das trevas que em meus sonhos iria ter|

|Porém...|
|Aperfeiçoei o que acontecia|
|Ao invéz de escutar, falei|
|Antes de olharem os olhos, fechei|
|Antes de sonhar, rezei|

|Mas...|
|Aí veio a questão|
|Como saberia que era verdade, se não deixei acontecer|
|E de olhos fechados, não soube se olhou para mim|
|Como pude ter falado, e mudado o que tinha a me dizer|
|Por ter rezado, confessei o meu pecado, e chorei|

|Entendo agora|
|Que é impossível saber|
|Que não adianta querer entender|
|O que tiver que vir virá|
|Quem já viu, não sabe o que será|

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sentimento sem pontuação





Há alguém, que seja
Mais feliz que eu?
Ninguém e todo mundo!
Conto-te, que a felicidade só pode ser descoberta
em nossos corações, o resto é fascinação!




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Odeio você me odeia
Pois amo você me ama
Amor quem ou será
Capaz de ter sido alguém

Também fora puder
Ter sido eu ou você
Entendes por entender
Quem amor eu ser

Ingrato amante igualmente
Diferente tom de dizer
Quem dirá fosse você
Eu a mim mesmo a sofrer

Mas não por ti falarei
Quem ouve si mesmo contar
Falar palavras na tua boca
Um jeito que há alguém a amar


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Amor
Sem ponto final

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Venha de Minh' alma!


Espero a chuva
Pra desabafar desse mundo
Pra me livrar da sujeira
Da maldade cotidiana









Aguardo paciente
A chuva...
Pois sei que ela
Trará minha paz

Ela quem me traz
O gosto da pureza
Das lágrimas divinas
Que se misturam com as minhas

Eu nunca quis deixar você ver
O quanto meu coração machuca-me
Assim choro junto da chuva

Pois então
Não saberás de minhas
Lágrimas por entre
As gotas de chuva

Mas saberás
Que cada tempestade que virá
É porque não consigo mais
Segurar toda minha tristeza

Espero um dia
Quando minhas lágrimas cessarem
Irei ao encontro do sol com um sorriso bobo

Mas enquanto isso
Espero a tempestade
Pra chorar junto à chuva

...

segunda-feira, 6 de julho de 2009





Posso ainda acreditar em esperança?
Abrirei meus olhos e verei quem sou?
E tudo que me torna diferente?
Preciso ainda ter esperança?





Rondam-me os sonhos vespertinos
Tão carregados de certeza
Assim como a solidez do vento
Tão cheios e coloridos como o vazio

Desvia a luz de meus olhos para ti
Gritas em meus ouvidos de modo a somente eu escutar
Mova meus pés a caminho de tua direção
Esperei-te, agora vem me buscar

Gritas-te em minha boca teu nome
E agora sei quem és
E mais forte que minha fome de viver
É minha fome de sonhar

Ainda que não entenda o que se passa por mim
Mesmo que o diferente seja o certo em meu mundo
Ainda estou em algum lugar à espera por vir
Um sonho novo que mude o sentido de tudo



Preciso ter esperança?
Quando abrirei meus olhos verei quem sou
E tudo aquilo que me tornou diferente
E nessa afirmação tão assertiva haverá uma espécie de amor.

Um Sonho Por Todos


"Trago hoje um sonho,
Aquele pelo qual acordo todos os dias"




JAGUADARTE
.
.
Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e reviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas
E os momirratos davam grilvos.
.
"Foge do Jaguadarte, o que não morre!
Garra que agarra, bocarra que urra!
Foge da ave Felfel, meu filho, e corre
Do frumioso Babassura!"
.
Ele arrancou sua espada vorpal
E foi atrás do inimigo do Homundo.
Na árvore Tamtam êle afinal
Parou um dia, sonilundo.
.
E enquanto estava em sussustada sesta
Chegou o Jaguadarte, ôlho de fogo,
Sorrelfiflando através da floresta,
E borbulia um riso louco!
.
Um, dois! Um, dois! Sua espada mavorta
Vai-vem, vem-vai, para trás, para diante!
Cabeca fere, corta, e, fera morta,
Ei-lo que volta galunfante.
.
"Pois então tu mataste o Jaguadarte!
Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!"
Êle se ria jubileu.
.
Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas
E os momirratos davam grilvos.
.
.
.
JABBERWOCKKY
.
.
'Twas brillig and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe.
All mimsy were the borogroves
And the mome raths outgrabe.
.
"Beware the Jabberwock my son!
The jaws that bite, the claws that catch!
Beware the Jubjub bird
And shun the frumious Bandersnatch!"
.
He took his vorpal sword in hand
Long time the manxome foe he sought
So rested he by the Tumtum tree,
And stood awhile in thought.
.
And, as in uffish thought he stood,
The Jabberwock, with eyes of flame,
Came whiffling through the tulgey wood,
And burbled as it came!
.
One, two! One, two! And through and through
The vorpal blade went snicker snack!
He left it dead, and with its head
He went galumphing back.
.
And hast thou slain the Jabberwock?
Come to my arms my beamish boy!
O frabjous day! Callooh! Callay!
He chortled in his joy.
.
'Twas brillig, and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe.
All mimsy were the borogroves,
And the mome raths outgrabe.



Poema "nonsense".
Tradução de Jabberwockky de Lewis Carroll por Augusto de Campos

domingo, 21 de junho de 2009


"Quanto tempo ainda falta
Pra essa dor passar..."






Estou com medo
E ele anda comigo
Faz parte de mim
Como meus olhos em meu rosto

O medo que o tempo criou
Agora alimento
A cada fim de dia
Em todos os momentos que acabam

Tenho medo de te esquecer
Do seu rosto me esqueço facilmente
Não tão fácil, como a dor
Que o tempo não cura

Disse-me para ser forte
E eu descobri que sou
Calei-me enquanto ias
Enquanto me sufocava de dor

Mas como posso esquecer
De quem tanto me fez feliz
E todas essas memórias perdem sentido
Quando penso o quanto ainda amo-te

Não sei mais o que pensas nem vês
Não sei por quem suspiras, ou desejas
O estúpido nessa historia
É que eu acho que sempre vou te amar

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Um abraço Abrasado.





Um telhado
Abaixo meus pés.
Um vento gelado
Um abraço abrasado.

Vento caminhante
Percorre lagos, vales e vidas.
No seu existir, inspira desejos.
No seu ir, leva meu abraço.

Promessa a mim
Nunca a deixarei adormecer
Sem meu abraço.
Um abraço, um “boa noite apertado”.

Nas pontas dos pés
Abraço o vento
Aperto contra meu peito
Aqueço-o de sentimentos

Não sei onde estás
Não sei como estás
Ele nunca me disse nada
Sem palavras, leva meu abraço.

O calor envolto ao teu corpo,
É o vento abraçando-te
Boa noite, e feche os olhos.
Meus sonhos ilustrarão seu sono.

domingo, 3 de maio de 2009

Segundos, Em Minha Mente.


Então começa

Uma revolução

Em minha cabeça...


A razão

Faz de conta

Que não existe


Aí sim,

Eu não tenho medo...

Eu não tenho medo...

Eu juro

Que não queria ter medo!


Mas nada

Que num piscar

De olhos

A vida não volte

Ao seu normal absurdo enfim...


Afinal sou eu

Que me perco

No tempo (que não existe).


Afinal sou

Eu quem busca vagar

Na imensidão do infinito


E no final

Encontro-me num abismo

De sentimentos


No qual

O que me resta

É fechar os olhos


Aproveitando,

O vento

Em meu rosto.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Um Corpo Desbotado ♦


"Reclamo que não tenho tempo
Quando na verdade, nunca hei de te-lo!"


Com os olhos
Fechados
Vejo a linha do horizonte
Iluminada pela luz da lua
Ao meio dia


Com a boca fechada
Canto baixo
A melodia
Da meia-noite
Que nunca sequer existiu


A cada passo que dou
Meu corpo
Enfraquece
Minha alma eleva-se


Inspiro com violência
Ar em meus pulmões
E por fim
Me torno menos carnal


Meus pés

Não me dizem
Pra onde vou
E minha mente
Nem quer saber


Com minhas mãos
Acoberto meus ouvidos
E continuo a ouvir a voz
Que nunca escutarei


Com o coração doente
Eu sofro pelo amor de quem
Sempre será um sonho bom
Mas só um sonho.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

♦ Sagrado És, Meu Amor

Mas estranho do que viver
Um amor que não existe,
Ainda não presenciei.





Andei por entre tantas pessoas hoje,
No meu rosto um sorriso levei
Esperando a hora de entrega-lo
Para alguém que sabia que ali não estava.

A cada voz que atinge meus ouvidos,
Fico atento a sua chamar pelo meu nome.
A cada segundo que passa,
Tenho plena certeza que te verei.

Carrego comigo um segredo
E tenho uma oração
Meu desejo é sincero
Sou devoto de minha paixão

Por ti minha paixão
Tantos sentimentos já conflitaram
E a razão vem questionando minha fé
Mas meu coração assume controle e sigo assim

Sigo minha vida caminhando por entre pessoas
Ouvindo vozes e contando segundos
Esperando com um sorriso no rosto,
A hora de me ver ante a ti.



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Toda vez que eu olho...
Toda vez que eu chamo...
Toda vez que eu penso...
Eu amo você, menina
Eu amo você!
Eu amo você, menina
Uh! Uh!


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terça-feira, 14 de abril de 2009

domingo, 1 de março de 2009

♦ Naqueles dias em que a fé se encontra num cigarro...


Não tenho pensando muito,
Na verdade tenho pensado mesmo em não pensar.
Queria aproveitar cada movimento
Aqueles que meus olhos podem alcançar...





Acordei já era tarde
Um dia nublado já feito
Minha cabeça parecia que ia explodir

Recorri logo a um cigarro
Meu fiel companheiro
Sempre ali nas horas felizes
Mas principalmente nas horas de infelicidade

Não demorou muito
Para a chuva me fazer companhia
Corri por ela até meu refugio
Minha árvore da razão

Meu espaço,
Onde posso parar pra respirar
Onde minha alma pode enfim
Ter um descanso desse mundo

Uma tarde de descanso
Descanso para mente se recuperar
Só meus instintos me mantinham
Até porque não conseguia controlar

Observei os pássaros
E percebi uma vida
Não tão distante da qual tenho vivido

Fugindo das armadilhas
Que como sempre cheio de atractivos
Nos oferecem pelo caminho
O caminho da liberdade.

Rasgando o céu
Raios começam a cair
No começo sempre tem
Uma preocupação

Mas logo em seguida
Vem a verdadeira sensação de liberdade
Carregada de mistérios
O som do trovão libertador.

Mais um dia
Em que eu vivi de verdade,
Sei que posso viver
Cada sonho desejado

Enquanto minha árvore
Estiver de pé
Enquanto houver dias nublados
Enquanto minha fé se concentra num cigarro

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

♦ Puro Descuido…

Estava ali, bem ali.

Não precisava de muitas coisas,

Na verdade quase nada.

Vivia sentado na beira de uma varanda

Onde pessoas passavam,

Onde assistia prazerosamente,

A vida acontecer.

À noite o céu se enchia de graça

Tinha a companhia da lua,

E as estrelas não me deixavam só

Tive tudo que um homem sonhara.

As garotas mais interessantes ao meu redor.

Os carros mais potentes e lindos.

Mansões e iates luxuosos.

Só precisava fechar os olhos e tudo tinha.

Então por uma rebeldia até então nunca vista em mim

Minha vida perfeita foi atacada.

O pior é que eu poderia ter impedido

Mas fui tomado também por certa curiosidade humana.

Caí nas tentações da vida real,

O universo paralelo ao qual estava acostumado

A vida real.

A simpatia da crueldade

Logo avistou meus olhos

Adentrando meus corpo,

Tomando conta de meus sentidos.

Puro descuido,

Já não tenho os mesmos sonhos.

Agora tenho também pesadelos.

Puro descuido.

Perdi quem tinha ao meu redor,

Vendi minhas riquezas por uma quantia de agonia

Minhas noites são de céu encoberto,

Agora fecho meus olhos para dormir.